quarta-feira, 20 de agosto de 2008

One sunday morning


Além de frequentemente me confundirem com um estrangeiro, o que agora até vem a calhar dado de, de facto, estou no estrangeiro, tenho alguma tendencia a conhecer pessoas que nâo encaixam bem. Noutro dia estava a comprar umas revistas quando um sr. de cor, com roupas meio sujas mas muito arrumadinhas, me dirige a palavra

Ele: Boa tarde, como está?
Eu: Vou andando, sabe como é os sabados, ando a ver se compro qualquer coisa para ler...
Ele: Pois pois, eu ando só a dar uma vista de olhos, há tanta coisa...
Eu: É, coisas para todos os gostos, uma pessoa até se perde.

A conversa continuou durante mais uns minutos, falamos sobre nada mas teve a sua piada no fim ele disse que ia andando, estendeu-me a mâo ao que retribui o gesto. O seu aperto de mâo era daqueles “certos”, sem muita nem pouca força, dira que inspirava confiança.

Tirando o facto de me ter escolhido a mim de entre as pessoas que estavam na loja para falar, que até considero um elogio, o facto é que a sede de conversa era muita e nem chego perto de imaginar que tipo de solidão pode levar a andar a “roubar” umas palavritas com com um desconhecido.

Nâo gosto da solidâo, é triste e quando crava os dentes custa a largar, deixa sempre cicatrizes. Gosto de estar sozinho, por escolha, gosto da calma e do modo como sinto as forças a voltar. Entre as duas cabe um mundo.

2 comentários:

Vitória disse...

Também gosto de estar só, quando é opção minha.;)

E sim, deves inspirar confiança..;P

Beijoooo

ZaniNE disse...

(Primeiro comentário que aqui deixo)

Deve ser realmente alguém solitário... Porque nos dias de hoje meter conversa com um estranho é quase uma façanha! Mas sabe sempre bem estra sozinho. Não solitário, mas sozinho.