quinta-feira, 19 de março de 2009

My fathers eyes


Hoje é sempre um dia agridoce, eu nunca me dei bem com o meu pai mas hoje era sempre o dia das treguas. Sempre foi uma coisa conturbada, era mais uma ralação do que uma relação, mas tinhamos os nossos momentos. Eram momentos sem palavras, desde os meus 10 anos que iamos muitas vezes só os dois para Almeirim, uma viagem em que não falavamos. Chegados lá dava-me 500 escudos, eu pegava na mota do meu avô e passava o fim de semana a correr de uma lado para o outro sem destino, engraçado como há coisas que não mudam.
Do meu pai guardo, especialmente, aqueles ultimos ultimos três meses, onde tudo correu sobre rodas. Passamos a ter uma relação de pai e filho, passamos a entendermo-nos, a falar... foi muito bom. De muitas maneiras senti que estava desfrutar de me ter como filho, comprou-me uma mota, contra a opinião da minha mãe, e interessou-se como nunca pelas “minhas” coisas.
Depois, numa noite quente de Fevereiro, sem aviso, morreu-me nas mãos. Foi-se num dia de um mês que não existe senão de 4 em 4 anos, pelo que aquela noite terrivel só existe de tempos a tempos. O dia do pai, o dia das treguas, custa muito mais e agora com filhos é muito confuso.
Tenho saudades dele, especialmente neste dia.

Hoje, dia do pai, vou almoçar com os meus 3 pequenos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda bem que tens lembrancas boas e positivas do teu pai. Lembro-me da altura de quando o teu pai morreu. Fiquei muito impressionada como as coisas podem mudar num estante de um momento para o outro.

Goza os teus filhotes e tenta fazer tudo com eles aquilo que tu desejavas que o teu pai tivesse feito contigo.

Um grande beijo
Maria minhoca

Kate Zinha disse...

Olha, nem sabes como me toca este teu post! Este dia foi o ultimo dia do pai k passei k o meu pai. Não quero, não consigo acreditar q«k daki a muito pouco tempo já nao o vou ter cmg e k apesar disso o sol vai continuar a nascer todos os dias.