terça-feira, 30 de novembro de 2010

So, I survived


O que faz alguém no seu perfeito juízo (ou talvez não) sair de casa, de perto de uma lareira quentinha, de perto de 3 filhotes energéticos e alegres e de junto de um sorriso que ilumina o caminho e ir-se enfiar no Alentejo, em pleno inverno, no meio de uma borrasca??!?
Eu não sou a pessoa certa para responder, mas se alguém souber esteja a vontade para partilhar.
A dureza foi imensa e nunca, e eu já me enfiei em alhadas bem complicadas, nunca foi tão extrema. Nunca eu caí tantas vezes. Nem que juntasse todas as vezes que caí na vida chegava perto do numero daquele sábado.
Nunca soube o que era cair a saber que as forças já não eram suficientes para me levantar, mas levantei-me sempre, nunca senti um caminho tão longo, nunca odiei tanto algo em que me tivesse metido.
Nos olhos do filhão mais velho vi o momento em que me olhou, com olhos de ver. Ali era a serio, e as coisas não estavam famosas, muita gente desistia, agarrados a isto ou aquilo, ficavam-se. O que eu lhe digo, sempre, é que nunca se desiste... e ele perguntou-me se eu ia desistir.
"Não filhote, vemo-nos a chegada"
Assim foi, 9 horas para fazer 400km, 52 e ultimo dos que sobreviveram. Partiram 81.

Sobrevivi.

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